Pensando
Observo, inerte, sem vontade,
sentada em minha cadeira do tempo,
sob um calor que faz cachoeira o meu rosto molhado,
de um suor preguiçoso, que corre aos poucos,
o ponteiro do relógio a correr.
O tempo passa indiferente à minha vontade
e minha vontade era parar o tempo.
Bebo em conta gotas do nescau que esfria sobre a mesa
e parece-me estranho beber nescau gelado com esse tempinho,
mas bebo assim mesmo, ignorando as estranhezas
que me faço reparar.
O dia em breve se vai,
o sol repousará sublime,
dará lugar a lua, que vem cheia,
traz a noite consigo, fiel amiga.
E do alto de minha inércia abrupta
observo a tudo sem inteferir em nada.
Sou apenas um detalhe insignificante
nesse quadro, um borrão de tinta inútil
que o pintor não deixou apagar.
<Eu no dia 8/06/2008 04:44:00 PM