Dias atrás, ouvi alguém comentar que não costuma dizer “eu te amo” para a pessoa que é seu parceiro já há alguns anos. Contou que já lhe disse algumas vezes, quando namoravam, e que agora não precisa mais: é uma mera repetição.
De alguma forma, me sinto “deslocada” e confusa, diante de afirmações assim. É que eu não consigo entender porque há pessoas que pensam deste jeito. Porque ouvir uma declaração assim é como escutar uma música. E se representa o que sinto, eu quero dizer e ouvir sempre.
Será porque a educação masculina estimula mais a competição, a força e a virilidade, passando um recado de que o sentimento os torna frágeis?
Não sei, mas a passagem do tempo parece deixar alguns relacionamentos, “anestesiados” para o sentimento. É aquela convivência com ausência de emoção, resumida a um tratamento de “senhora e senhor”. Conversam sobre política, o tempo, afazeres dos filhos, o que comer/beber, ou se vão sair ou não. Mas não falam do que sentem.
Por que para alguns, diminui aquela intimidade emocional que havia no namoro? Ou seja, por que não namoram mais?
Não se fala aqui só de sexo, que é ótimo, mas daquela intimidade toda que existe na cumplicidade da alma de quem se ama: das mãos dadas, do jeito de olhar, do beijo, de dizer o que se sente e também daquela alegria por simplesmente se estar junto.
Às vezes eu fico a me perguntar: será que o tempo tem o poder de reduzir tudo isto a uma simples e repetitiva rotina?
Penso que não, e não sei se é brega, ou chique, ou um outro rótulo qualquer, apenas que gosto, e que me faz sentir viva, alegre, vibrante e feliz.
E prefiro seguir contra a maré: levar doce de leite, levar tortinhas de morango que ele adora, deixar coisinhas no computador, escrever recadinhos, cuidar dos detalhes, prestar atenção e promover sempre pequenas gentilezas que tornam o dia a dia mais feliz.
Ahhhh...
Mô!! EU TE AMO MUITO VIU?!
Beijosss
Wild
<Eu no dia 9/22/2006 03:01:00 PM